top of page

Casa de Chá da Boa Nova

Alguma vez houve uma Arquitetura Portuguesa?

 

Piscina da Quinta da Conceição

Planos

 

Piscina das Marés

A fortaleza

 

Bairro de São Victor

Gostávamos de ser vossos amigos

 

Bairro da Bouça

Orgulho

Boa Nova Tea House

Was there ever a Portuguese Architecture?

 

Quinta da Conceição Swimming Pool

Planes

 

Swimming Pool of the Tides

The fortress

 

São Victor Social Housing

We'd like to be your friends

 

Bouça Social Housing

Pride

 

 

 

Agência do Banco Borges & Irmão

Forma e função

 

Bairro da Malaqueira

Ainda estamos no Kansas?

 

Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto

Do outro lado do espelho

 

Pavilhão Carlos Ramos

A homenagem

 

Bibliteca da Universidade de Aveiro

A proposta mais baixa

 

 

 

Igreja de Santa Maria

Almejando a Deus

 

Pavilhão de Portugal

O gigante

 

Estação de Metrp Baixa-Chiado

Cavernas coloridas

 

Plano de Pormenor da Recuperação da Área Sinistrada do Chiado

Como se renova um símbolo?

 

Museu de Arte Contemporânea de Serralves

Enquadrando a Natureza

 

 

 

Swimming Pool of the Tides in Leça da Palmeira

 

The Fortress

 

Analysing any building isn’t that much different from any other sensory experience we have. Consciously or not, we read buildings according to the sum of experiences each one of us possesses, and selectively relate our certainties, our doubts, our fears and all the references we acquired, as obscure as they are, with the physical and symbolical characteristics of that stands before us.

 

Looking at a building is first and foremost a deeply personal experience, that can be all the more gratifying according to the degree of interaction between a subject who observes, in his analytical capacity, and the object of contemplation, according to the symbolical charge you can draw from it.

 

To me, the Swimming Pool of the Tides is a very particular building, in the manner it relates itself to the water, and the paradox such relationship implies to a seasoned Lisboner such as myself.

 

Living in Lisbon means having an umbilical connection to the river, as much a sense of closeness as one of dreaded premonition: if it’s as well from the water that the city feeds itself, it will be through the water that it will meet it’s destruction. As in 1755, a giant wave will again raze a large area of the city, in all likelihood. As an inhabitant of Lisbon, I accept this fate clinging to the tenuous hope that the land will shake only when the city is no longer inhabited, or that it will be a chance to correct past mistakes.

 

In Leça, the pools hide themselves from the city through the sloped terrain and open up towards the sea, take advantage of it, trails are set in the corners of the concrete, turned invisible for being ebedded in the rocks. The building sails to the rhythm of the tides …but… that can’t be a swimming pool…

 

No one would be so bold as to build so close to the water, in a manner so unprotected from the volubility of the Atlantic…no, that building has to be the beginning of a fortress, angular, planned with watchtowers, a medieval foundation to protect us from the sea, unfinished and slowly being swallowed by the rocks.

Piscina de Marés de Leça

 

A Fortaleza

 

Analisar qualquer edifício não é muito diferente de todas as outras experiências sensoriais que temos. Analisamos, conscientemente ou não, os espaços conforme a súmula de vivências que cada um de nós possui, e relacionamos de forma seletiva as nossas certezas, as nossas dúvidas, os nossos medos e todas as referências que fomos adquirindo, por mais obscuras que sejam, com as características físicas e simbólicas daquilo perante o qual nos encontramos.

 

É por isso que olhar para um edifício é, antes de mais, uma experiência profundamente pessoal, que será mais ou menos gratificante consoante o grau de interação estabelecida entre o sujeito que observa, na sua capacidade analítica, e o objeto, conforme a carga simbólica que dele se possa retirar.

 

A Piscina de Marés é-me uma intervenção muito particular, na relação que estabelece com a água, e no paradoxo que, para um lisboeta de formação, a mesma implica.

 

Viver em Lisboa significa ter uma ligação umbilical ao rio, de proximidade, mas igualmente de temida premonição: se é na água que a cidade nasce, será da água que a sua destruição virá. Tal como em 1755, um dia um novo terramoto trará uma onda gigante que deitará por terra uma parte considerável da cidade. Como habitante de Lisboa, aceito esta sina agarrado à ténue esperança que a terra tremerá apenas quando a cidade já estiver desabitada, ou que será apenas uma oportunidade para corrigir erros passados.

 

Em Leça as piscinas escondem-se da cidade na encosta do terreno e abrem-se ao mar, aproveitam-se dele, marcam-se trilhos nos vincos do betão tornado invisível pelo encastre nas rochas. O edifício voga ao sabor das marés...mas…aquilo não pode ser uma piscina.

 

Ninguém pode ser tão audaz para construir tão próximo da água, tão desprotegido da volubilidade do Atlântico…Não, aquele edifício tem de ser o início de uma fortaleza, angulosa, planeada com vigias, a fundação medieval para nos proteger do mar, inacabada e sendo lentamente engolida pelas rochas.

bottom of page